quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Alergia e Perfumes




Alergia  a perfume? 
Dor de cabeça insuportável, enjoo, mal estar, e uma repugnância aos cheiros do ambiente, principalmente ao perfume maravilhoso que você está usando pela primeira vez?
Possivelmente você está fazendo uma reação de sensibilidade primária, ou mais raramente uma alergia real à algum componente da fórmula do perfume.
Inúmeros óleos naturais ou moléculas artificiais podem desencadear estes quadros em pelo menos  1%  à 2% da população.


O mesmo acontece no uso de cosméticos quando a reação inclui  irritabilidade na pele com ardor e/ou prurido, dermatites de contato e eczemas.
Se você está incluído neste grupo sensível tenha cautela com os produtos ditos hipoalergênicos. Isto significa que eles não causam malefícios para uma faixa de 95% da população. Ainda existem  5% de exceções.
Dentre as substâncias isoladas mais conhecidas como alérgenos de perfumes temos:
  • Álcool Amiilcinâmico
  • Álcool Anisil
  • Álcool benzílico
  • Álcool  cinâmico 
  • Aldeído cinâmico
  • Cumarina
  • Eugenol
  • Geraniol
  • Hidróxicitronela
  • Isoeugenol
  • Almíscar ambrete
  • Absoluto de musgo de carvalho
  • Sândalo
  • Alcatrões de madeira

São considerados potencialmente alérgicos  o bálsamo de peru, cássia, canela , cravo-da-índia, citronela, almíscar de ethilene brassylate e bálsamo de tigre ou tiger liniment.
Para descobrir se a alergia existe de fato é necessária a consulta ao clínico ou alergologista  que indicará testes comprobatórios.
Patch Testing  usa uma mistura de 8 (oito) substâncias  para determinar a sensibilidade. Este teste é eficaz para definir em torno de 75% dos indivíduos sensíveis.
As substâncias contidas no teste são as seguintes:
  • Álcool Cinâmico - Ester natural, com odor de jacintos,  presente  no bálsamo de Peru, benjoim, folhas de canela, jacinto e própolis.
  • Adeído cinâmico - Substância presente no óleo de canela que apresenta odor picante, quente e gosto de canela.
  • Eugenol - Odor e sabor apimentado de cravo-da-índia  encontrado no óleo de cravo-da-índia, folha de canela, rosas, cravos, jacintos e violetas.
  • Isoeugenol - Isomerização do eugenol ,  de odor mais suave  entra na constituição do óleo de noz moscada e ylang ylang.
  • Geraniol - Odor floral e doce, característico das rosas, está presente em mais de 250 óleos essenciais  incluindo rosa, gerânio, lavanda, jasmim, citronela e palmarosa ou capim limão.
  • Aldeído Alfa Amil Cinâmico - Óleo essencial sintético com odor de jasmim.
  • Hidroxicitronelal - Óleo sintético com aroma floral, odor doce e fresco do lírio-do-vale.
  • Absoluto de musgo-de-carvalho - Óleo essencial obtido do líquen pela extração com solventes.Odor terroso, amadeirado e e úmido. Responsável por !% a 12% dos processos irritativos, sendo a incidência entre caucasianos maior que nos  orientais.

Bàlsamo de Perú  é uma substância  odorífera importante na identificação de alergias aos perfumes  pelo fato de conter vários componentes potencialmente alergênicos.
O cheiro  característico de baunilha e canela se deve a presença de  àcido cinâmico, cinamato, cinamil, benzoato de benzila, ácido benzóico, eugenol e isoeugenol,  incluídos em  60% à 70% dos extratos aromáticos.
Além de ser substância de base para perfumes é usado na higiene pessoal ou medicamentos, flavorizante em bebidas e   alimentos.
Aproximadamente 50% das alergias a componentes de perfumes são detectadas testando o Bálsamo de Peru em  preparação cosmética sobre a pele  na concentração de 10% da substância dissolvida  em vaselina.
  • Tais testes não devem se feitos sem acompanhamento médico, pois alergias podem desencadear reações rápidas e comprometer seriamente a saúde e integridade física.
Ambrete e Muscone - Ambrete sintético é usado há aproximadamente 60 anos e pode causar fotosensibilização e dermatite de contato principalmente em formulações cosméticas. Muscone tem características similares.
Ambos são usados na comprovação laboratorial de alergias.

Quando determinados, os componentes do estado alérgico devem ser pesquisados e evitados nos  produtos de uso doméstico, alimentos e bebidas, uma vez que muitos deles estão presentes nestes  artigos, além do uso na perfumaria.
Algumas legislações,  fato exemplificado  nos países europeus e da América do Norte, exigem  que os possíveis alérgenos  sejam listados nos rótulos  das fragrâncias e cosméticos, seguindo orientação de  organizações como IFRA -International Fragrance Association.
No Brasil  a ASBAI- Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, está lutando junto à ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária para obrigar os fabricantes dos vários produtos brasileiros, que levam fragrâncias, a  rotularem os ingredientes por completo, facilitando assim a vida do alérgico.


Dentre  os óleos naturais  banidos  ou de uso restrito pelo IFRA, devido as propriedades tóxicas ou sensibilizantes, estão:
 - Cedro da Espanha, Cálamo Aromático, Costus ou Kuth, Inula, Folhas de Figo, Raiz Forte, Mostarda Negra, Bálsamo do Peru, Sabina, Verbena, Absoluto de Chá (Camelia sinensis), Canelas de Sassafrás, Benjoim,  Erva de  Santa Maria,  Artemisia.
- Arcangélica ou Jacinto da índia, Bergamota, Laranja Amarga, Cássia ou falsa Canela , Cominho, Toranja, Limão, Lima, Marigold ou Cravo de defunto, Resina e Absoluto de Musgo de Carvalho,  Pinheiro Musgo (Pinus musgo), Pinheiro Larício, Pinheiro bravo, Arruda, Lucia Lima ou Limonete,

Referências: Fragranced Products Information Network- FPIN; DermNet NZ;  Aukland Allergy Clinic; ANVISA; ASBAI , Esoteric Oils,  enxaqueca.comConsciência no dia a dia.

Imagens: Imagens: O Peregrino; Cássia ou falsa canela de kalyx.com;  Myroxylon balsamum var. pereirae de Luirig; Musgo Wikipedia


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião tem valor!