terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Reveal eau de parfum - Calvin Klein na Vitrine


Apostando na fragrância quente sensual e floral o feminino  Reveal eau de parfum promete agradar ambos os sexos empenhados nas artimanhas da sedução. .
Embalado pelo tema de pele cálida de sol e  sal, que estremece ao cair da noite, e se aquece na maciez da lã cashemira sugere uma nova versão do perfume oriental: o oriental solar.
Anunciado em setembro de 2014 , este floral gourmand amadeirado transmite mensagem de  pele convidativa, sensual e desejável.


Ficha Técnica

Família Olfativa: Oriental, 2014
Gênero: Feminino
Perfumista: Jean-Marc Chailla e Bruno Jovanovic
Campanha: Doutzen  kroes (modelo holandesa) e Charlie Hunnan (ator britânico)
Pirâmide Olfativa:
  • Topo - sal, aroeira, pimenta preta, pimenta branca
  • Coração - raíz de íris, âmbar cinzento, acorde solares
  • Base - Madeira de sândalo, Cashmere, almíscar
- Poderíamos supor  um oriental fresco e empoeirado, com nuances de madeiras  picantes, levemente resinosas, envolto numa aura macia e intimista?
Aguardemos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Perfume de Princesa - Távola VIII


Miúda, bem  miúda li uma história impressionante: Pele de Asno,  registrada por  Charles Perrault na coleção Contos da Mamãe Gansa.
Na pouca idade causou espanto a ideia de casamento entre pai e filha, contudo o que me intrigou foram os figurinos!


Fascinaram-me nos conceitos etéreos e abstratos que,  no meu entendimento, só poderiam ser possíveis para a realeza.
Vestidos de princesas, totalmente mágicos.


Um na cor do tempo...o vestido  cor de lua...outro a semelhança do sol e finalmente a pele-de-asno, do pobre animal, fonte de toda riqueza do reino.


Entretinha-me desenhando vestidos para a princesa imaginária e tornei-me súbita crítica de moda ao assistir  Peau d'Âne (1970), estrelado pela bela Deneuve.


Interpretava " tempo" como "natureza"  imaginando um caleidoscópio de tons verdes; muito além do conceito "leve como as manhãs e azul como o céu", que fora proposto na filmagem.
Luar esplendoroso surgiria de alvos e luminosos cetins sobrepostos por  diáfanos chifons bordados  com fios de prata.


Desafio maior para a imaginação juvenil ocorreu no ouro líquido, sombreado por nuances  rubros e cintilantes,  incandescente lava de vulcão.
Naturalmente todos deveriam ser perfumados.


Hoje traria para esta impetuosa princesa literária, vestida pela natureza, o frescor verde das matas após chuva de verão de Kenzo Parfum D'Ete.  Talvez  o rodopio de folhas ao vento de Vent Vert...


A suavidade fria da névoa  atenuando contornos, no farfalhar enluarado, estaria em Bluebell de Penhaligon's London Perfumery ou na elegância citadina de Ellie D, Ellie Parfums


Explosão doce de estrelas incandescentes irradiando a luz solar  na alegria refinada de 24 Faubourgh Hermés, na intensidade calorosa de Habanita Molinard ou no cálido bouquet incensado de Phul Nana - Grossmith


Marrom de terra, troncos e peles marcando territórios no cheiro animalic  de  Cuir de Russie Exclusifs de Chanel,  na intensidade felina de Tuscan Leather de Tom Ford ou no exótico tempero de Absolu de Rochas

Assim, princesas de contos de fada deixariam rastro perfumado sobre a terra dos mortais.

* - Acesse os links clicando sobre os nomes, para ler a descrição destas fragrancias!

Outros autores sobre perfumaria escreveram na Mesa Redonda ou Távola sobre Perfumes e Realeza!
Leia aqui:

- A Louca dos Perfumes ( Diana Alcântara)
- Le Monde Est Beau ( Juliana Toledo)
- Odorata Parfuns ( Cris Bazzoni)
- O Templo dos Perfumes ( Cris Nobre)
- Parfumée ( Priscila Lini)
- Parfums Et Poesiè ( Lilia de Paula)
- Perfume Na Pele ( Vanessa Anjos)
- Pimenta Vanilla ( Carla Biscaglia)


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Gian Zanotto e Leandro Barros no Bate e Rebate V


Gian Zianotto, publicitário, designer, empresário de moda e  Leandro Barros, designer gráfico dividem um mister comum. São  estudiosos de perfumaria, cuja experiência advém da busca incessante pelas melhores fragrâncias, da pesquisa contínua.
Ambos dedicados ao hobby  já  incorporado às atitudes do cotidiano.Igualmente conhecedores. Colecionadores.
Gian Carlos nosso amigo do Sul, da bela Blumenau cidade de Santa Catarina, divide seu empenho profissional como diretor criativo da empresa SHOUT  e na cátedra em marketing.
Leandro exerce suas atividades na progressista Franca do estado de São Paulo.
Prazeroso é o momento em que se pode reunir dois amigos com tal afinidade, e ainda mais gratificante, compartilhá-lo com todos.
Hoje eles expressam lembranças e experiências vividas neste particular universo dos sentidos: A perfumaria.


1.Elisabeth -  Como foi o início deste interesse pelos perfumes? Vocês imaginaram que se transformaria num hobby, um verdadeiro lado "B"?

Gian - Meu interesse começou cedo. Não entendia nada sobre isso. Apenas sabia que gostava de determinados aromas. Um dia ganhei um Paco Rabbane dos meus pais. Começou aí uma grande paixão!

Leandro - Desde pequeno gosto de perfumes, mas tinha que me contentar com os Axe de todos os tipos, lenços perfumados que distribuíam em viagens aéreas, e com as loções English Lavender Atkinsons que vez ou outra pegava do meu pai. Quando possível dava um jeito de encontrar o Azzaro Pour Homme que ele guardava como uma joia... Na adolescência, meados de 90, meu maior barato eram as propagandas e menções às notas olfativas. Chegava a ponto de ligar para o SAC do Boticário para pedir catálogos de produtos. Folhear revistas importadas e de companhias aéreas era um "caça ao tesouro" pois vinham recheadas de anúncios e as vezes de sachets dos famosos como Cool Water Davidorff e Obsession. Há poucos anos atrás de hobby, este gosto pelos perfumes virou quase obsessão. Percebi a tempo que o mais atraente para mim é imaginar como um perfume pode ser através das notas e descrições. Algo como um amor platônico, que na maioria das vezes, acaba se desfazendo quando experimento. Dentre os poucos que me cativaram posso destacar Guerlain- Habit Rouge, Jacomo de Jacomo Noir, Boucheron Pour Homme, Mugler Cologne, e Caron Pour un Homme.


2. Elisabeth - O que vocês pensam sobre a perfumaria nacional? Está faltando algo para alavancar a criação interna? O que impulsionaria o Brasil a sair do círculo vicioso de similares, inspirados e contratipos?

Gian - Na minha opinião, uma das principais dificuldades da indústria nacional se deve a fatores culturais. Primeiramente, pouco acesso tivemos aos produtos importados; devido as barreiras comerciais (portuárias) e legais de importação, ao baixo poder aquisitivo da maioria da população. Somente agora estamos alavancando nossa economia neste setor. Outro fator refere-se ao clima tropical que é propício para deo-colônias ( edc e edt's). São poucas as ocasiões nas quais podemos usar um perfume mais intenso e elaborado.

Leandro - Considero a perfumaria brasileira excelente. Realmente encontramos muitos perfumes brasileiros que se assemelham aos perfumes de grandes marcas, como as francesas e italianas mas, se olharmos as grandes casas internacionais, também encontraremos o lugar comum. Muitas tomam fórmulas bem sucedidas, adicionam alguns diferenciais, colocam a assinatura da casa e destinam grande verba para campanhas massivas de divulgação. As empresas e perfumistas que criam para grandes marcas internacionais são os mesmos a criar para as marcas brasileiras. Diferença existe no foco da direção criativa, no público alvo, no clima para onde os produtos são destinados. Se o mercado pede fougére, florais ou frutados frescos do que adianta investir na criação de chypre couro e oriental gourmand? Ocasionalmente são lançados mas acabam saindo do mercado pelo fracasso comercial. L'Acquadi Fiori Ladro, Connexion do Boticário e Natura Atmos são ótimos exemplares de perfumaria brasileira.


3. Elisabeth - Existe o perfume, usado pela pessoa especial, que lhes provoque atração irresistível ?

Gian - Absolutamente nenhum se compara ao 31 Rue Cambon um dos Exclusifs de Chanel.

Leandro - Não existe cheiro melhor do que o da pele, após o banho, livre de qualquer perfume ou creme hidratante. Mas se tratando de perfumes...Thierry Mugler Cologne, CK Be, L'Occitane Eau des 4 Reines, Dolce Gabbana Light Blue são muito "estimulantes". Por outro lado não suporto Dior Addict, Dior Hipnotic Poison, Thierry Mugler Angel ou qualquer perfume que se projete muito. Se a distância eles são magnéticos, de perto são nauseantes.


4. Elisabeth - Qual a família olfativa ou maison que consegue despertar sua atenção na maioria das criações?

Gian - Costumo gostar de grande maioria dos orientais, mas quando se trata de amadeirados e incensados confesso que fujo. Quanto a uma grife específica, nenhuma se compara a perfumaria Chanel. No filme Riquinho (Richie Rich) há uma cena na qual o professor Keenbean inventa uma máquina para cheiros. Regina, mãe do personagem de Macaulay Culkin diz a seu marido: - Para que precisamos dessa máquina se já temos Chanel para cheirar? Faço das palavras dela as minhas!

Leandro - Os perfumes transparentes close-to-skin são os que mais me agradam e nunca se tornam cansativos. Dois grandes exemplos são Natura Atmos e Bvlgari Pour Homme. Porém tenho meus "alteregos"; Boucheron Pour Homme é um cítrico floral muito luxuoso e potente, e igualmente versátil. Não posso deixar de citar Jacomo de Jacomo Noir que é o perfume mais escuro e misterioso que conheço.


5. Elisabeth - Vocês tem alguma memória marcante relacionada com perfumes ? Uma história para contar?

Gian - Esse perfume é o Armani Pour Homme. Evoca meus dezoito anos, fase de descobertas e também de imaturidade. Nunca se ouvira falar por aqui! Pedi para um amigo, em viagem a Australia, que comprasse. Esta é uma lembrança da qual não quero me separar.

Leandro - São tantas... Mas vou contar uma ingênua. No "auge" dos meus 13 anos, as propagandas baratas influenciavam muito minhas escolhas. Como aquela promessa de "Com Avanço elas avançam..." (risos). Por conta de uma dessas propagandas enganosas comprei um Brut Faberge que, verdade ou não, me dava uma segurança incrível, na época mais introvertida da minha vida. Essa segurança significou minha primeira conquista amorosa autêntica, sem precisar de intermédio dos amigos. Foi em uma boate. Mas a conquista durou pouco. Após dançar e beijar muito, comecei a conversar com a garota, que tinha uns 18 anos. Aos poucos ela caiu na real que eu era uma criança. Principalmente no momento que ofereci uma Fanta Uva. Ela inventou algumas desculpas e desapareceu. Para mim é uma ótima lembrança, uma vitória contra a timidez da época. Pra ela acho que foi a mesma coisa que cair no golpe do bilhete premiado (risos).


6. Elisabeth - Se vocês tivessem a oportunidade de construir um perfume partiriam de um conceito? Ou de notas específicas? Qual ou quais?

Gian - Creio que não teria esta capacidade, mas convocaria alguns dos melhores perfumistas do mundo, como Jacques Polge, Christopher Sheldrake, Michel Almairac e Maurice Roucel. Juntos construiríamos algo maravilhoso. Eu seria o "palpiteiro".

Leandro - Seria interessante criar uma forma de "vestir" um mesmo perfume para várias ocasiões. Talvez na forma de um coffret do perfume assinatura acompanhado de bases elaboradas de forma a adequar esta fragrância para diversos climas e ocasiões. Isso seria ótimo para pessoa que gostariam de uma só identidade olfativa. Imagine usar Kouros num churrasco com calor de 30ºC sem soar cafona, ou usar um Acqua de Gio em festa black tie sem soar infantil ou despersonalizado.


7. Elisabeth - Qual foi a maior decepção perfumística?

 Gian - São tantas decepções que fica até difícil enumerar. Mas a minha última frustração foi com os perfumes TAUER. Coloquei muitas expectativas em cima destas fragrâncias e simplesmente não casaram com minha pele. Conforme já comentei não aprecio os amadeirados e incensados. Deixo isto para as horas no templo.

Leandro - Sem dúvida foi Oscar de La Renta Pou Lui. Confiando em impressões que li nos sites especializados esperava um clássico típico dos anos 80. Deparei-me com um odor saponáceo, totalmente datado, atolado em sândalo, nauseante e "mal educado"tamanha é sua projeção. Talvez daqui alguns anos eu consiga dar uma nova chance a esse "amadeirado refrescante".

Elisabeth - Gian e Leandro, costumo dizer ao people por quem tenho afeto que as meninas são minhas flores e os meninos meus amores. Vocês dois certamente são amores de primeira grandeza. Obrigada! Adorei a participação de ambos! Beijocas

Imagens: Gian Carlos e Leandro Barros, Reprodução de cartoons - Mafalda; Olívia e um dos sobrinhos de Popey; Pato Donald; Penélope; Riquinho; Pepe Le Pew e Penélope; Franjinha; Zé Carioca

Vídeo: Little Joy - The Next Time Around

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Coco eau de toilette - Chanel

Espírito da Fragrância
Coco de Chanel veste mulheres seguras da sua feminilidade, artífices de elegância e sedução que  buscam o requinte como segunda pele e o transformam em luxúria sem venalidade.
Instala-se confortavelmente entre tecidos nobres, e voltas de pérolas displicentemente largadas num toucador de mármore italiano. Aquece a pele  coberta apenas com diáfano négligée  ou  desfila airoso em vestido de linho.

Se cristalizado  seria joia em metal nobre, safiras e esmeraldas  circundando  gema opalina,  cremosa e perolada.
Transformado em haute couture desfilaria a jaqueta Chanel em inúmeras versões luxuosas do veludo ao tafetá, das cores sombrias às luminosas.
Descrito pela arte dos pincéis vagaria pela fase bizantina, dourada e sensual  de Gustav Klimt.

Percepção Pessoal
Doçura e amargor se confundem ao escapar do frasco. Aquecendo sobre a pele  revela tonalidades aldeídicas cativantes sobre notas  ligeiramente resinada, com ares de patchuli. A princípio breve frescor verde, quase destoante, acena como ervas silvestres perdidas num jardim  bem planejado.
Especiarias se unem ao âmbar  em sutil bailado que revela encantadora canela enquanto névoa indistinta de incenso se insinua.
Traços  visíveis de flor de laranjeira, jasmim, rosa e acácia formando dulcíssimo bouquet. Apesar da presença oficial a suavidade aponta trilha de benjoim mais do que fava tonka ou baunilha. Estas  assumem cena no drydown entre pinceladas delicadas de couro e talco.

Prós e Contras
Na versão eau de toilette é mais leve  e menos picante que no eau de parfum, embora  a fixação seja respeitável em ambas. Menos intensa a toilette  demonstra mais versatilidade enquanto o parfum oferece  impacto e intensidade comum as fragrâncias anos 80. Ambos primam pela elegância e equilíbrio, performance constante da tradicional  perfumaria Chanel.
Clássico, maduro e atemporal pode ser visto pelas prateleiras internacionais, na versão edt, por aproximadamente 70 dólares. No Brasil quando encontrado não custará menos que 130 dólares.

Similaridade Olfativa
Encontra-se na categoria de fragrâncias como Must de Cartier, Cinnabar, Opium, embora  menos exacerbado. Leitores de revista on line indicam similaridades em Tutu Woman de Milton Lloyd, Hot Bill Blass

Ficha Técnica
Família Olfativa: Oriental Especiado, 1984
Gênero: Feminino
Perfumista: Jacques Polge
Designer: Chanel
Rastro: Intenso
Fixação:Ótima
Pirâmide Olfativa:
  • Topo - Coentro, flor de romã, tangerina, pêssego, jasmim, rosa da Bulgária
  • Coração - Acácia, cravo, flor de laranjeira, trevo, rosa,
  • Base - Ládano, âmbar, sândalo, tonka bean, opoponax, algália , baunilha
Classificação

Arte Irmã: Se fosse música seria um tango!


Imagens: Publicidade Chanel, fotos de Elisabeth Casagrande com frasco Coco edt e reproduções de Gustav klimt (The Kiss-1908, Tree of Life-1909)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Perfume Feliz - Távola 8


Era uma vez uma professora cujos alunos brotavam todos os semestres nos mais diferentes tamanhos formas e cores.
Meio alquimista, meio botica como nem mesmo ela sabia, se equilibrava entre a ciência formal e a alternativa.
Em algum momento convocou os aprendizes de cientistas para um experimento com óleos essenciais e extratos botânicos potencialmente curativos.
- Vamos ver como micróbios se comportam frente aos óleos?
E distribuiu metas causando muitas expectativa.
Havia uma equipe para o alecrim ( Rosmarinus officinalis - do latim  orvalho-do-mar) e alguém de alma romântica suspirou dizendo:
- Profe...alecrim é a planta da alegria.


Não é  à toa que uma das mais belas cantigas de roda proclama esta alegria amorosa do Rosmarinus, alecrim dourado!
Aroma herbal, claro e agudo, dotado de  frescor mentolado e crispante, clareia a mente, descongestiona o espírito e proporciona leveza,  enquanto inúmeras propriedades terapêuticas o elevam a categoria de preciosidade botânica.


Acompanha lindamente notas  que trilham o mesmo caminho, como  o  perfumado cedro,  afiado gerânio, lavanda, capim-limão e hortelã.
Tais combinações o elegem facilmente para a perfumaria masculina.
Incumbida de pensar num perfume que me faça feliz imaginei o que gostaria de sentir ao meu lado, em momentos divididos.


Entretanto o que me faz mais contente é um aroma novo, desconhecido, assim elegi para meu "estudo de caso" uma fragrância masculina da tradicional casa Galimard, fundada em 1747, na França.


Candidato a blind buy ou "compra cega" apresento Eau de Romarin Galimard, eau de toilette! Cítrico aromático sua promessa inclui vislumbres de madeiras picantes, balsâmicas e frescas na cumplicidade do alecrim com patchuli.
Não deve faltar doçura na companhia de fava tonka, que vem adoçando o agrume de limões.

- Será que senti-lo ao  lado me faria feliz? Como a música de Pharrell Williams?

Vídeo: Happy - We are Curitiba


Imagens: Rain Dance encontrado em  Viewbug, Imagens do site oficial de Galima

Venha conhecer outros perfumes felizes com os amigos autores de blogs perfumados, participantes da Távola ou Mesa Redonda:
 A Louca dos Perfumes ( Diana Alcântara) - Le Monde est Beau ( Juliana Toledo) - O templo dos Perfumes (Cris Nobre) - Parfumée ( Priscila Lini) Perfumart ( Cassiano Silva) - Perfume Bighouse ( Elisabeth Casagrande) - Pimenta Vanilla ( Carla Biscaglia) - Van Mulherzinha ( Vanessa)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conferência: Michel Roudnitska e Olivier Maure - Art Parfums


Em 18 de outubro de 2014 ocorreu palestra na sociedade Francesa de perfumistas ministradas por Michel Roudnistka e Olivier Maure de Art & Parfum.


Na primeira parte apresentada por Michel Roudnitska narrou-se a história de Art & Parfum, criada pelo grande perfumista francês Edmond Roudnitska e sua esposa Therese, em 1946.
Michel também discorreu  sobre suas fragrâncias e o trabalho no âmbito multi-sensorial.


Posteriormente  Olivier Maure  discutiu o novo conceito que considera o perfumista  como artista independente, que continua a ser  proprietário de suas fórmulas recebendo royalties sobre as criações.


Para isto foi criada a sociedade Accords & Parfums que suporta toda a produção, fornecimento de matéria-prima, regulação e faturamento do cliente de maneira que o nez possa se desvencilhar da burocracia administrativa  dedicando-se   inteiramente a criação

domingo, 19 de outubro de 2014

Coty, História e Perfumaria


François Spoturno, nascido em 1875 na Córsega, órfão precocemente,  foi  criado pela avó, que  financiou um pequeno laboratório  caseiro denominado Coty, homenagem à mãe cujo nome de solteira fora Coti.
Um ano de treinamento em Grasse, a capital do perfume, o habilitou para  criar, em 1904,  La Rose Jacqueminot, a partir de óleos concentrados de flores, apresentado no famoso frasco Baccarat.
Em 1908, alcançava o sucesso inaugurando  a primeira fábrica na periferia de Paris.


Gênio de marketing e habilidoso perfumista  se transformou num  dos homens mais ricos da França, inovou na perfumaria, nas embalagens, lançou linhas de cosméticos com a mesma fragrância, foi pioneiro em muitas formas de apresentação a que atualmente estamos habituados, como o pó facial em embalagens redondas.
 Na colaboração de Rene Lalique lançou perfumes em belos frascos art nouveau.
Coty  atravessou o século, recessão e guerras mantendo-se no mercado apesar  das inúmeras crises financeiras, e de ser incorporada  ou vendida inúmeras vezes no decorrer das décadas.


Atualmente é  subdisiária  da Joh. A. benckiser GmbH, companhia de controle familiar alemã, empresa matriz de várias marcas bem recebidas  mundialmente, cujas principais divisões são Coty Beauty e Lancaster, encontrando os principais  competidores nos grupos L'Oreal S.A; Procter & Gamble Co; Revlon; Inc.; Unilever N.V.
Apesar de sediada em New York  registra o maior volume de vendas na Europa Ocidental.


LINHA DO TEMPO 


1904 - La Rose Jacqueminot, o primeiro perfume.
1905 - Lançamento de L'Origan e Ambre Antique
1908 - Inauguração da fábrica nos arredores de Paris e criação da embalagem redonda para pó facial. Estabeleceu pontos de venda em Moscou e Londres.
1912 - Criação de L'Or, floral  com acento de tabaco.Inaugurou uma filial em New York e posteriormente estabeleceu filiais  em Buenos Aires, Johanesburg e no Rio de Janeiro-Brasil
1917 - Criação de Chypre, o ícone da marca
1922. - Coty Inc. é fundada em New York
1920 - A companhia  mantinha venda de  23 perfumes além de sabonetes, sais de banho, brilhantina, cremes para cabelos e mãos, creme de barbear, pó facial, pó compacto e rouge.
1939 - Coty International  Corp reorganiza  as cinco empresas internacionais Coty.
1946 - Lancaster é fundada em Mônaco sob a simpatia da Princesa Grace
 Ranier.


1963 - Coty e Coty Internacional são vendidas para Chas.Pfizer & Co.
1965 - Introduz  Imprevu, o primeiro perfume após 25 anos.
1970s - Lançamento das fragrâncias Styx, Sweeth Earth e Wild Musk
1981 - Criação de Stetson, sucesso masculino com pósterior adição de Stetson Women em 1986.
1985 - Elaboração  do Colorkit  com as fragrâncias  Nuance, Emeraude, Wild Musk e Sophia, representando graficamente lugares exóticos.
1988 - Consolidação no mercado das fragrâncias L'Aimant, Lady Stetson  e Sand&Sable além  de novos cosméticos ( pó e baton). Para o publico masculino  apresentava  além de Stetson as fragrâncias Iron e Musk for Men
1992 - Coty é vendida para Joh. A. Benckiser GmbH , empresa alemã.
1993 - Lançamento do masculino Gravity, da linha Truly Lace e de Vanilla Fields
1996 - Adição de Lancaster  Benckiser  consolida  o grupo Coty na liderança de mercado e venda de perfumes.

Endereço:
1325 Avenue of the Americas
New York, New York 10019
U.S.A. 


COTY EMPRESA - MARCAS

  • Adidas
  • Astor
  • Calvin Klein
  • Celine Dion
  • Cerruti
  • BabyPhat
  • Chloè
  • Chopard
  • Chupa Chups
  • Victoria e David Beckham
  • Davidoff
  • Esprit
  • Ex'cla-ma'tion
  • Faith Hill
  • Halle Barry
  • Jennifer Lopez
  • Jill SAnder
  • Joop
  • Jovan
  • Kate Moss
  • Keneth Cole
  • Kyllie Minogue
  • Lancaster
  • Marc Jacobs
  • Miss Sporty
  • Nautica
  • Nikos
  • Pierre Cardin
  • Playboy
  • Rimmel
  • Sarah Jessica Parker
  • Shania Twain
  • Stetson
  • Tim MacGraw
  • Tonino Lamborghini
  • Vera Wang
  • Vivienne Westwood

COTY DESIGNER - PERFUMES


1904 - La Rose  Jacqueminot

1905 - L'origan
           La Jacee

1906 - La Ambreine
           Jasmin de Corse
           La Violette Pourpre
           Le Vertige

1907 - L'Effleurt

1908 - Cyclamen

1909 - Eau de Coty
           Cologne Cordon Rouge
           Cologne Cordon  Vert

1910 - Ambre Antique
           Muguet

1911 - Lilas Pourpre

1912 - Styx
           L'Or

1913 - L'Entraînement

1914 - Jacinthe
           La Violette Ambrée

1917- Chypre  de Coty

1920 - La Feuillaison

1921 - Emeraude
           Eau de Coty
           Lilas Blanc

1922 - Oillet France
           Lilas Pourpre
           Idylle
           Paris
           Le Nouveau Cyclamen
           Oris
           Moia
           Superfine

1923 - Jacinthe
           Heliotrope
           L'Oeillet France

1924 - Lumen

1925 - La Jacee
           Margarita

1927 - L'Aimant,
          Tandem

1928 - La Fouferaie Au Crepuscule

1930 - Obelisque

1934 - A Suma

1935 - Bali
           Stow Away
           Continentale
           Soleil D'Or
           Sub-Deb

1936 - Rose The
            Le Nouveau Gardenia

1938 - Ze Zan
           Highlander
           Cossak
           Inedit

1939 - Informal fragrance
           Ballerina
           Variations
           Lavande
           Decoy
           Cordon Noir

1940 - Four Seasons

1941 - Excursion
           Buckle
           Red Ribbon
           Cabochon
           Come-Seven

1942 - Spectator
           Muguet de Bois
           Sleigh Bells
           Fleur du Lac
           Tell Tale

1943 - Cambo
           Sophistacate
           Pulsation
           Teindor

1944 - Epreuve
           Jonquille

1945 - Les Muses
           Carousel
           Indiscent
           Chemin Dore
           D'Orquillage
           Eldorado
           Lumen
           Se Jour
           Spirituelle
           Tovarich
           Valiance
           Vanid'Or

1946 - Etrange
           Panache
           Flourscent
           Iridescent
           Reve de Paris
           Love of Your Life
           8 Mai
           25 Aout
           Le Clou
           Muse de coty

1947 - Pastel
           Coquillage
           Gisele
           Macombo
           Le Soulier de Ballerine

1950 - Shakti
           Green Champagne

1952 - Meteor
           Grand Affair

1956 - Mist de Paris
           Pearls of Paris
           Moon Song

1957 - Fairy Princess

1959 - Little Miss coty

1960 - Nectaroma

1965 - Imprevu

1968 - Elan

1969 - Masumo
           Bacchus

1973 - Wild Musk
            Complice

1974 - Musk for Men
           Honeysuckle
           Hyacinth
           Jasmin
           Tubereuse

1975 - Nuance
           Laughter

1976 - Smitty
           Eau de Chypre

1977 - Eau Fraîche

1979 - Casablanca
            Le Sport

1980 - Sophia

1981 - Jungle jasmin
           Stetson

1983 - Sand & Gable

1985 - Wild Musk Patchouli Blend

1986 - Lady Stetson
           Chypre
           La Rose

1987 - Iron
           L'Aimant Eternel

 1988 - Mexicali Musk
            Fatale
            Ex'cla.ma'tion
            Black Orchid

1989 - Dare
           Aspen for Men

1990 - Amalitsa
           Preferred Stock
           L'Effleur
           Aspen for Women

1991 - Tribe

1992 - Truly Lace
           Gravity
           Caliente

1993 - Stetson Sierra
           Vanilla Fields

1994 - Vanilla Musk
            Universo
            Longing

1995 - Route 66
           Jungle Gardenia - new
           Ici
           Imprevu
           Ghost Myst
           Chanson d'Eau
   
1996 - Raw Vanilla
           Ex'cla.ma'tion Eau
           Ex'cla.ma'tion Dare
           Ex'cla.ma'tion Blush
           Celebrate
           Lady Stetson
           Eau de Coty Fraîche
           Eau de coty Ambrée


1997 - Avatar - Masculino
           Nokomis
           Chanson d'Air

1998 - Aspen Sensation
           Chipi,
           Dark Vanille
           Ex'cla.ma'tion Eau
           Ex'cla.ma'tion Noir
           Stetson Country

1999 - Dulce Vanilla
           Chanson de Vie

2000 - Chanson d'Emotions
           Pure Innocence
           Chanson du Nuits
           Toujours L'Aimant

2001 - Aspen Discovery

2005 - Stetson Black

2006 - Desperate House wives Forbidden Fruit

2008 - La  Voce Renee Fleming, Stetson Fresh, Stetson Rich Suede

2009 - Stetson All American


Vários perfumistas colaboraram com Coty Fragrance. Entre eles se destacam: - Sophia Grojsmann, Ann Gottlieb, Carlos Benaim  e Harry Fremont.


Imagens: Trinidade Fernandez - manila carnivals Quee ad /Coty /1924;  François Coty,2004; Ambre Antique; Chypre; coty de Luxe - publicidade de 1949; Coty Kit de presente by Raymonde; All American banner publicitário.

sábado, 18 de outubro de 2014

Coty & Princesas

Conhecemos a empresa  Coty cosmopolita, cidadã internacional, ao alcance de todos, porém houve época em que a perfumaria esteve no toucador de princesas.
Além do pioneirismo e inovação na arte e no comércio de perfumes Francois Coty, um dos primeiros perfumistas cliente de Rene Lalique,  praticamente reinventou as embalagens e garrafas de vidro para perfumaria.
Mais de 30 garrafinhas foram desenhadas pelo designer para a perfumaria Coty, entre as quais La Violette Pourpre.


Este frasco está relacionado no livro  de Felix Marcilhac, sobre renè Lalique,  como embalagem de Le Muguet Coty, de 1912. Entretanto já existia em 1906.
Não era incomum o mesmo frasco abrigar várias fragrâncias diferentes  mudando-se o rótulo. Ou  o mesmo perfume  ser oferecido em frascos diferentes, como edições de livros.
La Violette Pourpre (1906) não alcançou a mesma popularidade de Muguet (1910) e publicações apontam que seu rótulo apresenta uma figura feminina voluprtuosa com a inscrição La Violette Pourpre  - Coty, Paris France.
Retangular a pequena garrafa é fechada com uma tampa esculpida na forma de borboleta com assinatura Lalique e numeração gravada na base.


No Museu Tsarskoye Selo é exibida uma coleção de seis frascos usados pela Imperatriz Fyodorovna, incluindo seu preferido White Rose  de Atkinsons e várias garrafinhas Coty: Violette PourpreJasmin de Corse e La Rose Jaqueminot.
Consta que as jovens princesas Romanov tinham predileções definidas por diferentes fragrâncias.


Anastasia preferia la Violette Pourpre (1906), Olga  gostava de La Rose Jacqueminot ou Tea Rose (1902), Tatiana usava Jasmin de Corse (1906) e Maria se definiu por  Lilas Pourpre (1911).

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Chypre d'Orient eau de toilette - Molinard


Espírito da Fragrância
Art Déco (arts décoratifs - 1920 à 1930)  representa a época dourada  da perfumaria clássica. Na primavera de 2007  Molinard lançou fragrâncias que homenageiam esta era.
Inicialmente  marcada  pela  influência da assimetria ondulada, detalhada e floral  da  art nouveau  assumiu  forma  em linhas geométricas ou retas  e natureza abstrata.
Rica e abrangente combinou movimentos vanguardistas  com a cultura hindu, asteca, egípcia e russa influenciando arquitetura, artes plásticas, cinema, moda e  perfumaria. Representava figuras femininas  de traços limpos  e genuínos.
Tradução déco se  manifesta nas linhas do frasco  de Chypre d'Oriente, na construção exótica e oriental da fragrância e na elegância  clara que acompanha toda evolução.


Percepção Pessoal
Nos primeiros segundo fragrâncias Molinard modernas geralmente não me encantam. Talvez pelo álcool que se dissipa rapidamente mas penetra forte no olfato. 
Chypre d'Orient eau de toilette não fugiu a quase regra.
Em paralelo percebi um estranho toque alcalino associado ao salgado...o que foi muito gustativo e fugaz. Não consegui associar com usuais  acordes de topo, entretanto  flores e gálbano rapidamente se fazem presentes em associação doce e fresca .
Evolui bem com riqueza de detalhes. Tons verdes, amarelos e metálicos  na doçura  que experimenta especiarias vestindo condimentos apimentados.
Levemente, apenas para realçar o sabor.
Chypre quente e elegante que me conquistou definitivamente no drydown provocando a sensação delicada de doçuras aveludadas, levemente empoeiradas.
Equilíbrio na combinação de  musgo e patchuli funcionam como adornos  para o bouquet . Em conjunção com notas orientais e delicadas de almíscar e âmbar ressaltam a exuberância de flores,  envolvendo de forma viciante e prazerosa.


Prós e Contras
Clássico e elegante mostra o lado menos verde e sombrio dos chypres. Apesar de perder a intensidade de sillage na evolução o aroma persiste durante tempo prolongado expressando sua vitalidade em ondas ou picos ocasionais que alegram o olfato. Ótimo  para os que apreciam esta família e reinterpretação de aromas vintage. Provavelmente não atrairá  os que procuram  limpidez dos florais, aquáticos, ou fragrâncias clean no estilo lavanderia.

Similaridade Olfativa
Na indicação de leitores, em sites e revistas on line, é apontada a semelhança com lindos chypres da velha escola, como o original Chypre Coty, Diorama de Dior na versão vintage e Miss Dior original de 1947. Também com Yvresse, Apercu de Houbigant,  Mitsouko Guerlain e  Femme Rochas.
Realmente é  perceptível a conotação com chypres clássicos, doces,  frescos, e resinosos. Percebo alguns traços e acordes presentes  na perfumaria Guerlain,  Balmain e Rochas.


Ficha Técnica
Família Olfativa: Chypre floral, 2007
Gênero: Feminino
Coleção: Les Orientaux
Designer: Molinard
Rastro: Intenso a moderado
Fixação: Ótima
Frasco: Estilo art deco.
Pirâmide Olfativa:
  • Topo - Tangerina, neroli, bergamota, gálbano, jasmim
  • Coração -Íris, jasmim, rosa, jasmim-do-imperador (osmanthus), 
  • Base -Âmbar, patchuli, almíscar e musgo de carvalho
Classificação

Arte Irmã: Summertime  na voz de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong - ou a versão Norah Jones - igualmente bela.