quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Tabac Blond - Parfums Caron


Arrepiante, angustiante, estarrecedor. Já sentiram a repentina sensação de perigo eminente despertada pelo olfato?
Foi assim...sentidos subitamente aguçados, narinas fremindo ante o odor de animal a espreita.
Cheiro de couro, vivo e pulsante, não o simplesmente carnal ou sexual. Somente predador e agressivo.
Instintivamente fica-se em alerta esperando ver e ouvir o que a mente racional rejeita.
O bramido, o guincho.
como se estivessemos assistindo um filme de ação, daqueles ambientados numa seara tropical, úmida e sombria, onde o farfalhar da vegetação prenuncia o ataque.
Mas não vem.
Esvai-se, suaviza e adoça com a baunilha que surge acalmando o torvelinho e reduzindo esta selva á rotina urbana.
Eis que aparecem os jardins, entremeados do aroma de couro e tabaco, enfim civilizados.
sem dúvida um perfume impressionante, porém não me conquistou.
Onde pecou?
na agressividade contundente e animalic.


Família Olfativa: Chypre couro, 1919
Perfumista: Ernest Daltroff
Gênero: Unissex
Rastro: Intenso
Fixação: Ótima
Notas Olfativas: Couro, folhas de tabaco, cravo, flor de laranjeira, ylang ylang, íris, vetiver, cedro, patchuli, baunilha, almíscar, âmbar cinzento.

  
Comentário V.I.P. (contribuição de leitores)

Eu Gosto!
Interessante como funciona a percepção das pessoas. este perfume pode parecer agressivo para muitos, mas eu gosto dele. Tabac Blond  certamente é um "love or hate perfume. Agradou-me e faz lembrar Mitsouko. O que sinto neste perfume é uma mistura de  tabaco, fumaça e couro. Aromas que me atraem. sou fã dos perfumes polêmicos como Jungle L'Elephant, paloma Picasso, Elixir de Merveilles, Black Cashmere...e Tabac Blond que certamente faz parte desta lista.
Rosária.

Eu Desgosto
Família do couro, forte, saída que assusta. Apesar do limão que senti no começo o couro predominou.
No coração vem a íris que particularmente não me agrada. Suaviza nas notas de fundo, pois a baunilha dá os ares da graça. perfume para muita, mas muita personalidade; daquelas que em momento algum importam-se com a opinião alheia. Bom para climas frios. Não usaria.
Cris ( Mª Cristina)

Arte Irmã no provérbio chinês e ...na poesia.



" Ao pintarmos um tigre podemos pintar-lhe a pele, mas não os ossos".

Imagens: Tabac Blonde de Wendy typepad; Indian Red Riding Hood by *DmitryGrebenkov

2 comentários:

  1. Oi Betty! Estava lendo sobre a Casa Caron e vi que Ernest Daltroff criou "N'aimez que moi" onde Felicie Vanpouille "leu" sua resposta a um romance que não se concretizaria....ai, vim aqui, curiosíssima para ler sobre este perfume e encontrei Aimez-moi. Apesar da diferença no nome, são o mesmo perfume? Nossa...que cheiro terá um "fora" desses...rsrs

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  2. Lu, florzinha. Gostei tanto desta história que resolvi ir mais fundo e vou responder sua questão com uma pequena resenha. Obrigada por levantar assunto assim interessante. Beijocas e um lindo Natal.

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