domingo, 12 de outubro de 2014

Perfumes Perdidos...Lost Perfumes - Távola 7


Frasco de Perfume do Antigo Egito ( 1353-1336), Período Amarna, Dinastia 18 Reino de Akhenaten-ca

Sombras do ontem atormentam a garota que fugiu para o continente americano tentando esquecer um passado trágico.
Finalmente,  herdeira de tradicional perfumaria francesa, tentando resolver urgentes problemas financeiros, retorna a Paris, onde se depara com  intrincado mistério.
Seguindo a trilha de um perfume perdido mergulha no passado, revivendo a história  de personagens do Egito de Cleópatra, da França revolucionária, dos conflitos entre o Tibete e a China,  numa viagem de 2000 anos.
Subito a vontade aparece e vasculho a grande nuvem ciber  a procura de um exemplar deste romance  The Book of Lost Fragrances -  M.J. Rose


Entretanto uma distração maior...meus próprios perfumes (sonhos) perdidos, que despertam infinita curiosidade pelas histórias escondidas nos belos frascos, pelos aromas esvanecidos,  assim mais instigantes.
Imperiosos, eles  vem  na minha direção como fantasmas fluindo das pequenas perfumarias nas bucólicas vielas de pedras, cuja sonoridade dos nomes resulta em esdrúxulo poema.


E,  minutos se transformam em horas,  que  escoam rapidamente  ao longo destas imagens.
Venha...estamos em 1900.


1900 - Chypre de Coty - Cítricos, flores e musgo no perfume que originou a família olfativa chypre.


1901- Azurea - Criação de Jacques Rouché e Georges Darzen para a perfumaria L.T. Piver em frasco da cristaleria Baccarat.  Perfumaria que iniciou como pequena loja por volta de 1770; gerenciada  pela família Piver mudou de nome em 1813 com o primeiro perfume registrado em 1850.


1904 - Champs Elysees - O tradicional bouquet floral descontinuado foi reformulado em 1996. Idealização de  Jean-Paul Guerlain  tornou famoso o icônico frasco de Robert Granai inspirado na arquitetura dos arredores de Champs Elysees de Paris.


1906 - Shem El Nessim  - Também conhecido por The Scent of Araby  ressurgiu quando antigas fórmulas foram descobertas permitindo a reabertura da casa John Grossmith & Son Ltda.


1909 - Le Régent de France - Chypre da perfumaria de  Thomas Jones Paris, frasco da cristaleria Baccarat.


1910 - La Couronne - Fougere da perfumaria Gueldy


1911 - Chevalier d'Orsay - Masculino, aromático especiado da perfumaria d'Orsay que iniciou através do dandy Alfred d'Orsay em 1830, ocorrendo  o primeiro lançamento oficial em perfumaria no ano de 1865.


1911 - Fleurs d'Amour - De Roger Gallet  fragrância lançada em 1902 deu origem à linha de cosméticos incluindo extrato de perfume, água de banho, sabonete, sais de banho, talco e pó facial.


1898 - Enigma - Da perfumaria Lubin foi lançado em 1898, descontinuado, e relançado em 1921. O frasco em forma de pirâmide  foi criação de Julien Viard.


1914 - Canard - Garrafa verde com tampa em bronze, criação de Jacques Guerlain


1918 - Bouquet de Papillons da perfumaria  Lubin em frasco de Maurice Depinoix. Embalado em luxuosa caixa redonda de papelão cujo tampo almofadado ostentava borboletas e flores bordadas em seda. Interior da caixa forrado em cetim.


1920 - Giardini - Perfume para  Babani,  famoso designer de quimonos. A garrafa de vidro soprado, representa uma árvore ornamental verde acomodada dentro de uma caixa dourada.com os nomes Babani e Giardini gravados.


1920s  Orchidee - Para a perfumaria Renaud em frasco de Julien Viard na caixa de pátina  e veludo lavanda.



1923 - La Fille du Roi de Chine - Ou The Daughter Of The King Of China. Um dos 4 perfumes lançados por La Maison des  Soeurs Callot em 1923. Esta é fragrância chypre , couro, amadeirada.


1924 - 5 Fleurs eau de cologne para Forvil Paris e frasco de René Lalique


1925 - Le Narcisse Bleu - Mury Parfumeur. Frasco em cristal, pátina azul, dentro de caixa de papel cartão forrada com veludo. A maison foi afiliada com Henri Muraour da empresa de óleos essenciais no Norte da África em 1789. Com duas filiais, uma em Argel e outra em Grasse, se tornaram sucesso  na década de 20 quando Narciso Bleu foi lançado.


1925 - Promesa  de Myrurgia , Barcelona/ Espanha na garrafa de Julien Viard em 1925. Promesa foi lançado em 1917 pela empresa que surgiu no ano anterior.


1925 - Claire Orée - Coty . Designer e manufatura do frasco por  René Lalique


1925 - Lierre e Lyseron  de A. Euzière Paris em Grasse. Frasco octognal criado por Julien Viard


1925 - L'Ocean Bleu - Da perfumaria Lubin  o frasco,  cristaleria Baccarat, é um coração invertido formado pelas curvas de dois golfinhos.O centro da garrafa forma um espaço vazio. De tema oriental  a caixa é decorada com uma árvore na beira do mar.


1925 - Tout Les Fleurs - Fundada por Henriette Gabilla, a perfumaria como mesmo nome lançou esta fragrância em frasco de cristal Lalique .


1926 - Vers La Joie - Art deco na caixa, criação de Julien Viard para o frasco na fragrância da Maison Rigaud.


1928 - Couer de Femme - Myon parfumeurs. criado por Simon Jarolawski perfumista ativo entre as duas Grandes Guerras Mundiais líder nas casas Ybry, fioret e Myon. Frasco da cristaleria Baccarat


1930- No. 10 - W.I. Addis - Frasco de Julien Viard

Arte Irmã: A beleza da música de Chiquinha Gonzaga ( 1837 - 1935)- Lua Branca ( performance de Marcus Viana e Maria Tereza Madeira).


Imagens: Composições e colagens de Elisabeth com frascos vintage  sobre emblema de serralheiros de Paris ( 1760-1790); Capa do livro The Book Of lost Fragrances; Texto sobre  imagem livre de Astrid's Artistic Efforts; frascos vintage de perfumaria ( ebay) sobre arte de Astrid's Artistic Efforts;   frascos vintage sobre art nouveau de Alphons Maria Mucha; frascos vintage sobre arte de Rene Gruau; frascos vintage sobre arte de Romain de Tirtoff.


*Confira os Perfumes Perdidos de outros autores sobre perfumaria, participantes da Távola 7 ou Mesa Redonda 7.
A Louca dos Perfumes ( Diana Alcântara), Estante Perfumada ( Mariana Rocha), Helen Fernanda ( Helen Fernanda), Le Monde  Est Beau ( Juliana Toledo), Odorata Parfuns ( Cris Bazzonni), Parfumée ( Priscila Lini ), Parfums et Poesié ( Lilia de Paula), Perfumart ( Cassiano Silva), Pimenta Vanilla ( Carla Biscaglia), Templo dos Perfumes ( Cris Nobre), Van Mulherzinha ( Vanessíssima), Village Beauté  ( Dâmaris O. B. Silva. )

 

23 comentários:

  1. Querida Beth muito obrigada por nos proporcionar este importante apanhado de dados! Não há preço para o conhecimento que vc transmite
    vc é minha musa sempre
    bjs

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  2. Flor eu aprendo fazendo, pesquisando para as resenhas, e com prazer pois gosto muitíssimo do assunto. Também aprendo compartilhando com vcs, colegas autores. A interatividade, a troca de ideias enriquece muito. Não é à toa que estamos aqui madrugada afora conversando perfumes...hehehehe. Beijocas

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  3. Beth, você foi fundo no tema!! Já começou lindo com esse banner novo delicadíssimo.
    Eu quero aquele livro...eu quero!! E nossa conversa sexta acabou por me inspirar com uma citação sua, até te falei: " o perfume perdido". Foi a fagulha pra mim...
    Eu fique doida pelo frasquinho de pirâmide ( Enigma) e aquele com rostinho de doninha (Canard). Que ricos!!
    Parabéns pelo post tão bem construído.
    Bjus
    Li

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    1. Oi Lily. Lamento tanto os belos descontinuados que nem quis me referir aos meus preciosos desaparecidos. Preferi falar dos perdidos no tempo, não conhecidos...heheheh. São todos tão lindos não é? E o livro é uma tentação. Creio que terei que avançar bastante meu inglês para ler em tempo hábil. Afinal a linguagem da literatura é mais complexa que a linguagem técnica. Ainda bem que não ganhei a mega sena nesta semana. Estes frascos valem fortunas nos leilões da vida. Já imaginou? Beijocas de Elisabeth

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  4. Linda lista!!! Uma aula de história... O que é esse Canard, Beth? E o Bouquet de Papillons? Atiçaram minha curiosidade, fiquei louca para experimentar e viajar no tempo! Como sempre, uma arte. Beijos

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    1. São maravilhosos Priscila. E as cristalerias da época faziam um frasco mais lindo do que o outro. Obras de arte.caixas também. Luxuosas, forradas em cetim ou veludo. Cada perfume era uma pequena jóia rico em detalhes.Imagino uma visita as perfumarias da época.Quero uma máquina do tempo! Beijocas de Elisabeth

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  5. Nossa, entrei na máquina do tempo! Nunca deparei-me com frascos tão suntuosos, de refino vintage que raramente vemos hoje. Eram literalmente relíquias reservados para poucos nobres que podiam se jogar en seus encantos. Quanta informacão! Obrigada mais uma vez Beth por essa experiência única.

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    1. Carlinha fiquei tão encantada que selecionei uns 50....hehehehe. Depois reduzi ou ficaria com uma postagem quilométrica, sem falar que só montaria as colagens ( imagens) em meados de novembro. Sou muito saudosista na perfumaria. Compreendo que os tempos modernos, tudo feito em larga escala, não permitem este preciosismo de perfumes em frascos de cristal, caixas de veludo e matéria prima natural, mas seria tão bom! Hoje eles seriam o luxo do luxo do nicho. Para uma parcela reduzidíssima da população. Aiiii...Beijocas de Elisabeth

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  6. Deuses, que mergulho em preciosidades! O que eu não faria para abrir cada tampinha desta e me deixar inebriar nesses aromas perdidos?
    E este livro, preciso dele!
    Bjos, Beth Musa!

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    1. Oi Diana. Eu sinto uma coceirinha na ponta dos dedos só de pensar na possibilidade. Fora do Brasil existem feiras para vender estas preciosidades. Relativamente comuns no hemisfério Norte. Vendo as fotos penso que pelo menos uma viagem para ver de perto eu ainda farei. Adquirir peças já é outra conversa. Quem sabe a mega sena da próxima semana...heheheheh. Ainda bem que o Brasil não descobriu uma maneira de taxar sonhos ou estaríamos perdidas.Beijocas de Elisabeth

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  7. Beth sempre indo fundo! E eu nem posso imaginar como eram essas preciosidades. Fico imaginando esses cheiros protagonizando histórias num passado que eu não conheci. Isso me arrepia. Lindo seu post!

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    1. Arrepia-me também Vanessíssima. Creio que sou a romântica incurável que, em algumas situações, deveria viver nos séculos XVIII ou XIX. Ou... uma futurista que deveria fazer viagens no tempo e aproveitar o melhor de cada época. O perfeccionismo, design, embalagem e matéria prima na perfumaria de séculos passados me encanta demais.Beijocas de Elisabeth

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  8. Passando aqui mais uma vez so pra ouvir de novo Lua Branca. Desde pequenina essa música me dá uma melancolia danada.
    e combinou perfeitamente com o tema.
    quero repetir mais conversas com vc meu bem! bjs

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    1. Adoro Cris. Sou fã de Chiquinha Gonzaga, artista e figura. Ela era uma pessoa especial como um belo perfume. E estamos sempre aqui flor. Para as madrugueiras, feito corujinhas...hehehehe. Beijocas de Elisabeth

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  9. Como cheiram?
    Como eram construídos?
    Uma provocante e atraente viagem a outros tempos, Beth.. Vontade de viajar mas pro passado! :)

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  10. Pura alquimia Dâmaris. Fico pensando que se pudesse me transportar para aquela época seria a mais empenhada candidata a vaga de "estágiária". Não sossegaria até um daqueles mestres da perfumaria me aceitar como aprendiz. Sempre curti ficar em laboratórios, entre tubos de ensaio, beckeres, balões e provetas... principalmente na universidade que frequentei instalada num prédio antiquíssimo, com escadarias de madeira escura, móveis pesados e vidraria do século passado. Eu amava. A impressão que se tinha era que Pasteur entraria pela porta a qualquer momento. Imagine um laboratório nos fundos de perfumaria do século XVII. Pra se jogar! Beijocas de Elisabeth

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  11. Caraca que bela aula de historia !

    Muito bom o post parabens! :D

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    1. Obrigada Rafael. Existe mesmo muita riqueza na história da perfumaria. Dezenas de marcas centenárias. Algumas engolidas pelo mundo moderno e certamente inúmeros perfumes em belos frascos que podemos considerar obras de arte através do tempo. Beijocas de Elisabeth

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  12. Que maravilha Beth! Viajei no tempo, muito interessante! Bjão!

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    1. Obrigada Ju. Bendita internet que nos permite divagar pela arte e história da perfumaria. Beijocas de Elisabeth

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  13. Li uma vez que a Anastasia Romanov usava o Violette da Coty, queria tanto saber qual o cheiro, o fraco...

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    1. Nati, não posso garantir que as informações sobre preferências das princesas Romanov sejam reais , porém as "estórias" estão contadas. Vc poderá ler alguma refer~encia ao assunto na resenhas COTY &PRINCESAS. Beijocas

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  14. Nem me fale Nati... ah se eu pudesse me transportar para estas épocas... experimentaria tudo e ainda traria samples! hehehe. Tentarei satisfazer sua curiosidade. Se achar dados faço uma resenha mesmo que seja bem curtinha.
    Beijocas

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