Espírito da Fragrância
Art Déco (arts décoratifs - 1920 à 1930) representa a época dourada da perfumaria clássica. Na primavera de 2007 Molinard lançou fragrâncias que homenageiam esta era.
Inicialmente marcada pela influência da assimetria ondulada, detalhada e floral da art nouveau assumiu forma em linhas geométricas ou retas e natureza abstrata.
Rica e abrangente combinou movimentos vanguardistas com a cultura hindu, asteca, egípcia e russa influenciando arquitetura, artes plásticas, cinema, moda e perfumaria. Representava figuras femininas de traços limpos e genuínos.
Tradução déco se manifesta nas linhas do frasco de Chypre d'Oriente, na construção exótica e oriental da fragrância e na elegância clara que acompanha toda evolução.
Percepção Pessoal
Nos primeiros segundo fragrâncias Molinard modernas geralmente não me encantam. Talvez pelo álcool que se dissipa rapidamente mas penetra forte no olfato.
Chypre d'Orient eau de toilette não fugiu a quase regra.
Em paralelo percebi um estranho toque alcalino associado ao salgado...o que foi muito gustativo e fugaz. Não consegui associar com usuais acordes de topo, entretanto flores e gálbano rapidamente se fazem presentes em associação doce e fresca .
Evolui bem com riqueza de detalhes. Tons verdes, amarelos e metálicos na doçura que experimenta especiarias vestindo condimentos apimentados.
Levemente, apenas para realçar o sabor.
Chypre quente e elegante que me conquistou definitivamente no drydown provocando a sensação delicada de doçuras aveludadas, levemente empoeiradas.
Equilíbrio na combinação de musgo e patchuli funcionam como adornos para o bouquet . Em conjunção com notas orientais e delicadas de almíscar e âmbar ressaltam a exuberância de flores, envolvendo de forma viciante e prazerosa.
Prós e Contras
Clássico e elegante mostra o lado menos verde e sombrio dos chypres. Apesar de perder a intensidade de sillage na evolução o aroma persiste durante tempo prolongado expressando sua vitalidade em ondas ou picos ocasionais que alegram o olfato. Ótimo para os que apreciam esta família e reinterpretação de aromas vintage. Provavelmente não atrairá os que procuram limpidez dos florais, aquáticos, ou fragrâncias clean no estilo lavanderia.
Similaridade Olfativa
Na indicação de leitores, em sites e revistas on line, é apontada a semelhança com lindos chypres da velha escola, como o original Chypre Coty, Diorama de Dior na versão vintage e Miss Dior original de 1947. Também com Yvresse, Apercu de Houbigant, Mitsouko Guerlain e Femme Rochas.
Realmente é perceptível a conotação com chypres clássicos, doces, frescos, e resinosos. Percebo alguns traços e acordes presentes na perfumaria Guerlain, Balmain e Rochas.
Ficha Técnica
Família Olfativa: Chypre floral, 2007
Gênero: Feminino
Coleção: Les Orientaux
Designer: Molinard
Rastro: Intenso a moderado
Fixação: Ótima
Frasco: Estilo art deco.
Pirâmide Olfativa:
- Topo - Tangerina, neroli, bergamota, gálbano, jasmim
- Coração -Íris, jasmim, rosa, jasmim-do-imperador (osmanthus),
- Base -Âmbar, patchuli, almíscar e musgo de carvalho
Arte Irmã: Summertime na voz de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong - ou a versão Norah Jones - igualmente bela.
Ai meu deus, que curiosa fiquei...
ResponderExcluirCreio que você gostaria deste Di.Sabe que eu gosto de Molinard. ..Habanita nem se comenta. Nirmala é meu queridinho, os florais também.Gostei deste Chypre e também do Musk que é puro incenso. Dei um Mirea ( descontinuado) para a minha irmã que amou. Bom viu. Apesar de ser bem comercial com muito óleo de laboratório a relação custo/benefício é 10! Preço fora do Brasil, pois quando havia loja oficial aqui era caríssimo. Aquela coisa de impostos sabe... Beijocas
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